harolrock
Em todos os meus versos, eu só encontro você; na imensidão do som, as notas sussurram delicadamente o seu nome, e em cada detalhe sutil do cotidiano, eu encontro o pequeno infinito das suas nuances. Não há despedida na ansiedade do reencontro, tampouco há limites para sentimentos que transbordam. Há, apenas, a vontade incessante e todos os sonhos que florescem dela. No seu corpo, atraco como a nau no cais; na sua pele, deixo a marca suave do toque como tatuagem; no seu íntimo, desaguo como oceano, fluente e em expansão. Em seus braços, o calor me acolhe; no conforto do seu colo, amanheço. Ainda que venha a solidão, e que seja esta tão sutil quanto a própria ausência, não perdurará porque basta um pensamento para que eu esteja em você. Basta um segundo, e todo o tempo será nosso. Em alguma galáxia, no plano das possibilidades, em dimensões outras ou multiversos, estaremos continuamente vibrando na mesma frequência. De todas as mais belas flores, você é aquela a quem a beleza deve o seu nome.
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"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz". Ainda que tudo que eu tivesse fosse um breve instante da sua presença, jamais se desfaria, dentro de mim, a eternidade do sentimento e a profundidade indissolúvel da experiência compartilhada. Assim como o som reverbera, em ondas, pelo infinito, a vontade que nos magnetiza e se completa nas incandescências da pele se expande e se emaranha quanticamente no grande universo das possibilidades. No silêncio deixado entre as palavras, cabe a tessitura impecável de uma declaração jamais feita, mas que aflora sinceramente como o riso fácil e a troca incessante de calor e de olhares. Ainda que não segure a sua mão, sinto o calor e o convite, ouço do íntimo a formular-se a súplica envolvente pela completude. Perco-me sem querer jamais de novo encontrar a mim mesmo. Deixo-me em você como parte de tudo que fui e agora prossigo sendo no meu ser envolto pelo seu. Deixo que você me leve e, enfim, ao seu lado, aproveito a viagem.
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O corpo, esse débil instrumento físico, não é capaz de satisfazer, a contento, todas as fantasias que pode conceber a poderosa e ilimitada consciência. Na plenitude de sua imortalidade, ela pode se deleitar em fantasias sexuais por horas e dias seguidos, ao passo que o corpo, seu pobre servo carnal, só pode satisfazê-las por alguns poucos segundos, jamais realizando satisfatoriamente as grandiosas ambições daquela. Na presença dela, torna-se inevitável constatar o quanto as vontades são infinitas, múltiplas e irrealizáveis. Na presença da sua sedução natural, espontânea e delicada, os sonhos se multiplicam, assim como se aprofunda veementemente a ânsia pelo toque. Tocá-la e integrar-se a ela é mais do que um mero desejo; é um imperativo, uma urgência clara e categórica. Não há como resistir ao seu magnetismo explícito, à arte das suas curvas e ao chamado silencioso e doce que emana, como uma tímida luz, dos seus olhos amendoados. Eu esperaria o tempo que fosse pela plenitude do seu esplendor.