Sky Lilac Assinar FanClub

  • 465 Avaliações
6881 Seguidores 1925 Curtidas
Último acesso: há 20 horas
Sky Lilac Desconectada Último acesso: há 20 horas

Sky Lilac Assinar FanClub

  • 465 Avaliações
6881 Seguidores 1925 Curtidas
Último acesso: há 20 horas
Sky Lilac

Sky Lilac

Desconectada

A centralidade do sexo (normativo) é uma das maiores problemáticas que temos nas relações.

Somos ensinados a usá-lo como critério para muitas das principais decisões de nossa vida: com quem morar, com quem criar crianças, com quem viajar, passear, etc.

O sexo é frequentemente usado como critério para o quão saudável seria uma relação, é usado para medir o quanto alguém ama ou não outra pessoa: se me ama não faça sexo com mais ninguém, etc.

Pela misoginia, racismo, transfobia e outras opressões, muitas pessoas passam a fingir que gostam e que gozam, seja porque foram ensinadas a agradar, seja porque querem convencer a si mesmas de que aquilo pelo qual abdicaram tanto na vida realmente vale a pena.

E começam a se ressentir quando esse sexo diminui de frequência esquecendo que talvez sintam falta de algo que nem gostassem tanto assim.

Talvez isso venha também do aprendizado que tivemos de que nosso valor no mundo está no quanto somos desejadas sexualmente, como se nossa companhia, nossa presença fosse muito pouco sem esse fator.

Quem diz nos amar profundamente, mas sujeita esse amor exclusivamente à prática sexual, realmente nos ama?

Continuaria querendo morar na mesma casa, passar os feriados e aniversários em sua companhia?

Te acompanharia no hospital, em uma prova, em um funeral se não fizesse sexo com você?

Talvez nesse ponto comecemos a lembrar de amizade, que muitas pessoas definem como amor sem sexo, mas não adianta positivar essa amizade se ela ainda se define em torno do sexo (ainda que por sua ausência).

A descolonização está em romper o binarismo entre amor e amizade, retirando do sexo esse poder de definir a qualidade dos vínculos.

Uma relação pode ou não ter sexo (em suas diversas possibilidades): tanto proibi-lo de antemão quando pressupô-lo fazem parte da mesma monocultura.

O quão revolucionário seria se conseguíssemos praticar uma artesania relacional sem encaixar as pessoas em lugares predispostos!

Nem amor nem amigo, comparsas de descolonização.

13/12/2022
Postar