Lia Acordei com o coração leve, flutuante, Parado no ar como colibri, beija flor E a bela vista oceânica do alto da Sé Ganhou novas cores, novos relevos Parecendo ter sido fatiada em Diferentes sabores, do mais salgado Ao mais doce As velhas conhecidas borboletas voltaram E furunfavam suas delicadas asas contra Meu pericárdio, minha pleura Aumentando a sensação de enlevamento De estar pronto para o voo pleno, Mal conseguindo manter os pés no terreno. Perguntava-me ao mirar o sol nascente Por detrás do jambeiro florido Que deixava o chão tingido de vermelho O que havia de novo no ar que Tais sensações pudesse provocar? Aos poucos, uma imagem tomou minha retina Uma silhueta de uma esbelta mulher Com longos cabelos negros, ondulados Em um vestido longo, luvas, contra o luar, Ressaltando as perfeitas formas e curvas Que me atraiam o olhar