O que querem as deusas? O que buscam nos altares por homens mortais erigidos? Quais os seus mistérios e quais zelados segredos revelam àquele que for digno sobre a natureza da eternidade? Jamais saberemos e tampouco adentraremos o olimpo em que repousam. Encantam-nos, contudo, os seus doces e indecifráveis enigmas. Nas suas formas, repousam as proporções matemáticas que traduzem a essência do belo; no seu olhar, janelas que, como estrelas, se abrem em relação ao infinito; e no seu riso, a luz eterna que se derrama das galáxias. Como Deméter, que, ao retorno de Perséfone, desperta a primavera, assim também ela, com a sedução imortal de Vênus, desperta em mim um profundo encanto e os mais profusos desejos. Ouso querer tocá-la e, em sonho, sinto a sua presença a acelerar-se-me o sangue. Desejo-a e sinto meu corpo envolvido em numinoso êxtase, distante do Tártaro e próximo dos Elísios. Em sua presença mítica, revela-se a beleza feminina da imortalidade.