Hoje celebro mais um ano, mas também celebro a lucidez de estar aqui, inteira nas perguntas, presente apesar das ausências. O tempo passou pelo meu corpo, deixou marcas, perguntas, silêncios. Mas também deixou algo mais raro: consciência. Aprendi que envelhecer não é cair é atravessar. É entender que algumas versões de nós precisam morrer para que outras respirem melhor. Como em Lazarus, há dor, mas há um olhar direto para a vida, sem fingir eternidade, sem negar a finitude. A vida pede mudanças. Pede verdade. Pede coragem para continuar criando mesmo quando o corpo cansa e o mundo pesa. Se o tempo insiste em seguir, eu sigo consciente (nem sempre querendo). Carrego perdas, mas também luz. E enquanto houver verdade arte no silêncio, cada aniversário é um renascimento que escolhe ficar. Hoje o tempo acende outra vela e eu caminho por mais um ano como quem muda de pele, sem deixar de ser quem é (ou tentar). Aprendi com Bowie que a vida não pede permissão para se transformar. Ela exige coragem de virar estranho, estrela, silêncio, de morrer um pouco e nascer melhor. Cada aniversário é um palco novo. As luzes mudam, o figurino também, mas a essência continua pulsando no mesmo ritmo do coração inquieto. Não sou a mesma e isso não é perda é arte em movimento. É evolução disfarçada de caos, é beleza fora do padrão. Que este novo ciclo venha com a ousadia de quem não teme o diferente, com a liberdade de quem cria o próprio som e com a verdade de quem sabe: reinventar-se também é uma forma de existir. Hoje celebro o tempo, a mudança e a coragem de continuar dançando mesmo quando a música muda. #aniversário