O sentimento é fruto de construção social? Darwin X Jean Piaget: Naturalística x Construtivista Sentimento: Porque você sente da forma que sente? São exemplos de emoções humanas: o amor, a alegria, tristeza, medo,raiva, desprezo, orgulho, insegurança, desespero. Entenda antes de iniciarmos que emoção é algo diferente de sentimento, ambos são absolutamente necessários, sem este recurso,seríamos tão somente monstros descontrolados (segundo a ciência). SENTIMENTO: é criação cultural e social, sim, você sente porque foi ensinado a sentir. Existe no meio acadêmico um debate interessante sobre a emoção ser natural, fruto de um processo evolutivo ou se ela é construída, configurada e expressa de acordo com a constituição da cultura. No estudo das emoções em animais, desenvolvida por Darwin,(perspectiva naturalística) pensa-se a emoção como inata, universal e invariante, ou seja, elas estão NO sujeito e só seriam expressas nas intenções. Logo, as emoções existem em si e por si mesmas. Na perspectiva construtivista as emoções são configuradas nas interações sociais, dependem do contexto cultural, da linguagem e de seus significados. É a esta perspectiva que vou discorrer. O contexto social constitui, molda e define as emoções, esta irá retroalimentar as interações e as relações. A linguagem está intrinsecamente relacionada à emoção,ela dá forma ao sentir. Uma palavra só tem real sentido,se houver conceito, significado dado a ela. Aquilo que não tem nome, não existe. Se em determinada cultura algo tem um nome, um conceito, aquilo existe; se alguém chegar nesta cultura falando em algo que eles não conhecem e tentar introduzir ali, não será aceito ou validado, pois não há representação linguística nem conceitual daquilo. Se você chegar em uma tribo pagã, totalmente afastada de civilidades, falando sobre uma entidade superior, os membros desta tribo não entenderão absolutamente nada do que você disser, porque o seu conceito de algo superior, não existe na cultura deles, não havendo portanto referência se quer para comparação ou aproximação . Isso já foi feito e o resultado foi bizarro! Vamos pegar o amor romântico, como exemplo de sentimento, porém é interessante saber que todos os tipos de amor são criações sociais, inclusive o superestimado amor materno e paterno… Chocante neh? Aprendemos que paixão é algo instintivo e que amor é algo construído a partir de convivência, relevar os comportamentos que entendemos como equivocados do outro,etc. Dá-se a entender que paixão está para ‘ficar,namorar’ e amor está para casamento. É agora que eu vou te desiludir rs. Se você já estudou sobre como surgiu o casamento em nossa sociedade, sabe que sentimento não era sequer algo citado para que a união entre pessoas se desse. Logo, o que hoje entendemos como sinal de amor, outrora era apenas o mais interessante para estado e igreja, sob a ideia de acumular fortunas não permitindo que elas se dissipassem. O discurso, a linguagem desenvolvido por ambas, criaram o conceito de algo novo: o amor (matrimonial). Mas Luíza, então eu não sinto? Sim você sente, mas como sente e porque sente? Você sente medo de um tubarão, porque aprendeu que ele é perigoso, pode te matar. Você sente saudades porque atrelou a ausência de algo ou alguém a dor da falta. Precisa ter de volta para o desconforto passar. Mas se pergunte: Você ama *Ana ou ama como *Ana faz você se sentir rs? O sentimento altera o comportamento, quer ver? Ou o externo altera o interno, o ambiente altera o organismo. Você é fã de música sertaneja, ok? Você está bem bonito dirigindo seu Gol e decide ligar o rádio. Está tocando alguma sofrência antiga. Essa música te lembra fulana. Fulana foi sua namorada,você começa a revisitar memórias, que suscitam sentimentos, que trazem a tona mágoas, e cá está você bravo por que ela te trocou por um novinho 18+ sedentário e de classe média baixa; você chora, se descontrola e bate o carro. Eeeeeee O sentimento alterou seu comportamento. E você a construiu, percebeu? Houve um estímulo, um emparelhamento de estímulos que eliciaram respostas; um comportamento absolutamente respondente. E tudo isso porque em nossa cultura o amor tem um conceito, um comportamento esperado, remete a status no aspecto qualitativo, monogamia, elencar valores, etc. Mas Luíza, se eu sinto, eu posso passar a não sentir? Sim, meu consagrado, você pode, se assim você o quiser.Quando se estuda o contexto histórico, sociológico e antropológico de um determinado aspecto, seu alcance de entendimento se expande e com análise, auto análise e o acompanhamento certo, você deixa de dar o conceito, importância a X emoção e ela perderá totalmente o significado anterior; havendo então a possibilidade de ressignificar.***OBS: o texto foi 100% escrito por mim, não há nenhum trecho copiado da internet ou a partir de vozes na minha cabeça. Todas as informações têm embasamento técnico e científico. #nãocopieFaçamelhor