Aumenta o som do meu stereo, deixa a nossa voz preencher o espaço, porque mesmo à distância, teu riso me toca antes do abraço. Apaga a luz, só por um segundo, chega mais perto da tela, do mundo onde nossos medos vivem — e dançam — mas teu olhar insiste na esperança. Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia… e eu calei, sem coragem de contar que o que mais importa nesta vida vazia é só deixar rolar… sempre. Deixar rolar. Nosso amor parece ensaio, de um filme que ninguém ousou escrever, mas se todo medo for real, o que é mais real do que querer? Você me faz querer tudo novo, mesmo com o peito cheio de cicatriz. Se amar for confronto, que sejamos paz no fim do que já não quis. Porque te invento em cada detalhe, em cada plano pro amanhã, como quem constrói refúgio na palma de uma mão. Eu não vou te perder. Não desta vez. Não por medo, não por dúvida, não por dor. Vamos deixar rolar… mesmo assim. Com medo. Com amor