Dentro de mim existe um desejo que não tento mais esconder: o de humilhar os homens. Sei que isso pode causar choque em alguns — especialmente nos que vivem de fachada puritana — mas também sei que muitos desses que se dizem moralistas, quando a noite cai, dariam tudo para estar exatamente debaixo dos meus pés. É nesse ponto que a arte de Namio Harukawa se cruza com os meus próprios desejos. Quando vejo seus desenhos, é como se ele tivesse colocado no papel a mulher que sou: Dona de curvas que se impõem no espaço, consciente do meu poder e do fascínio que provoco. Gosto de ser forte, gosto de me saber irresistível e gosto, acima de tudo, de reduzir os homens àquilo que realmente são diante de mim: frágeis, submissos, descartáveis. Nos traços de Harukawa me reconheço. A mulher que se senta nua sobre o corpo curvado de um homem; que o usa como cadeira, como brinquedo, como nada. A mulher que humilha, que cospe, que bate, que ignora. É essa indiferença que me excita — essa certeza de que eles estão ali para me servir, obedecer e calar. Meu desejo é dominar. É olhar nos olhos de um homem e ver quando ele entende que não tem escolha, que está vencido, que o seu único papel é ser usado. Essa é a minha forma de prazer, esse é o meu poder. Percebo que Harukawa não cria apenas fantasia: ele traduz uma verdade que vibra em mim. Porque eu sou essa mulher — forte, desejada, dominadora — e meu maior prazer está em humilhar aqueles que se julgam grandes, mas diante de mim não passam de brinquedos. #dominação











