Helena caminhava lentamente ao redor dele, o som frio e seco dos saltos reverberando pelas paredes do quarto. A iluminação suave criava sombras sensuais, mas ele, de joelhos no centro do tapete, não ousava erguer os olhos para ver a expressão dela. Sua coleira apertava a garganta, a guia pendia entre as mãos da Dona, que o observava com aquele olhar afiado, calculado, que o fazia encolher de vergonha e excitação.
— Olhe pra você… — a voz dela cortou o ar como um chicote. — Ridículo. Ajoelhado, pelado, com essa coleirinha, achando que merece alguma atenção.
Lucas engoliu seco, os ombros tremendo. Queria responder, mas sabia que o silêncio obediente era sua única opção. A humilhação queimava em sua pele como um fogo frio, fazendo o pau endurecer, pulsante, ainda que não tivesse permissão para sequer se mexer.
Helena puxou a guia com força, fazendo com que ele desequilibrasse e caísse com as mãos no chão.
— De quatro! — ordenou, a voz ríspida, cruel.
Ele obedeceu, engatinhando até o meio do quarto, enquanto ela se aproximava com calma felina, o salto arranhando o assoalho a cada passo. Helena se agachou ao lado dele, puxou seu queixo para cima e o forçou a encará-la.
— Um cãozinho idiota, é isso que você é — sussurrou, com um sorriso perverso. — Nem homem… só uma coisinha inútil que vive para lamber os meus pés e obedecer.
O olhar de Lucas se encheu de submissão, de vergonha e desejo. Ele arfou, a respiração descompassada, sabendo que cada palavra dela o quebrava um pouco mais… e ele queria ser quebrado, queria ser desmontado e reconstruído pelas mãos firmes da sua Dona.
Sem aviso, Helena cuspiu no rosto dele.
— Limpe, cachorro.
Ele estendeu a língua e lambeu o próprio rosto, sentindo o gosto dela misturado ao suor da própria humilhação. Helena riu baixo, satisfeita com o espetáculo.
— Assim que eu gosto… — murmurou, antes de se levantar e pegar o plug com a cauda.
Ela se posicionou atrás dele, acariciando as nádegas com as unhas afiadas, arranhando a pele até deixá-la marcada. Depois, inclinou-se e sussurrou:
— Você merece ser enrabado como o animalzinho patético que é, não merece?
— Sim, Senhora… — gemeu ele, com a voz embargada.
— Diga alto.
— Eu mereço! Eu sou um animal patético, Senhora!
Ela sorriu, satisfeita com a obediência humilhada, e sem demora, lubrificou o plug e o empurrou fundo, fazendo com que ele soltasse um grunhido abafado, a cauda agora pendendo entre as pernas.
— Olha que cena deplorável… — provocou, caminhando até o espelho. — Venha, rastejando. Como o verme que é.
Lucas se arrastou pelo chão, com os joelhos e as palmas das mãos queimando de fricção, a cauda chacoalhando a cada movimento. Quando chegou diante do espelho, Helena o fez se ajoelhar, puxando a guia para manter sua cabeça erguida.
— Veja… veja o lixo que você se tornou por minha causa. — Ela apertou a coleira com força, fazendo-o engasgar levemente. — E sabe o pior? Você gosta.
Ele fechou os olhos, gemendo, a vergonha e o prazer misturados de forma indissociável. Quando abriu os olhos, encarou o reflexo: o corpo exposto, o rosto manchado de saliva, a coleira apertada, a cauda inserida… tudo sob o olhar satisfeito da Dona.
— Diga o que você é — ordenou ela, com a voz impiedosa.
— Eu sou… seu cãozinho… seu brinquedo… seu lixo… — balbuciou, sem conseguir conter o rubor que subia pela pele.
Helena puxou a guia com força, obrigando-o a aproximar o rosto de seus pés.
— Então, prove.
Ele começou a lamber as solas dos sapatos dela, com a língua úmida e reverente, como um animalzinho treinado e desesperado por aprovação. Ela manteve a postura ereta, olhando com desprezo satisfeito para a cena, ocasionalmente chutando de leve seu rosto, empurrando-o de volta, apenas para vê-lo rastejar novamente até os pés dela.
Depois de minutos longos de humilhação silenciosa, Helena puxou a coleira, fazendo com que ele ficasse de joelhos e erguesse o rosto.
— Você não passa de uma coisa, Lucas. Um objeto para o meu prazer, um brinquedo que eu uso quando quero… e descarto quando enjoo.
— Sim, Senhora… — respondeu ele, a voz trêmula, mas o olhar absolutamente entregue.
Helena se inclinou, passando a unha pela garganta dele, até alcançar os lábios. Apertou o rosto com força, como quem segura o focinho de um animal rebelde.
— Mas hoje… você se comportou bem. Talvez eu o deixe dormir aos pés da minha cama… como o cãozinho fiel que se provou ser.
Ele sorriu, um sorriso pequeno, envergonhado, mas cheio de orgulho. Para ele, aquele era o maior prêmio: a aprovação da Dona, o reconhecimento após a humilhação e o jogo de poder.
Helena soltou a guia e acariciou os cabelos dele, afrouxando a coleira com gentileza.
— Deite. — Ele obedeceu, enrolando-se aos pés dela, com a cabeça repousando sobre o peito da Dona, que agora o acariciava com uma doçura inesperada, mas merecida.
No silêncio confortável que se seguiu, o cão e a Dona respiraram juntos, em um compasso íntimo e perfeito.

Postar