Olhos parados - Manoel de Barros “Olhar, reparar tudo em volta, sem a menor intenção de poesia. Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes. Lembrar da casa da gente, das irmãs, dos irmãos e dos pais da gente. Lembrar que estão longe e ter saudades deles… Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho. Rir de coisas passadas. Ter saudade da pureza. Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve. Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu. Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe. Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles. Saber que a gente tem amigos de fato! Tirar uma folha de árvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto… Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas. Gostar de estar ali caminhando. Gostar de estar assim esquecido. Gostar desse momento. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.”
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