harolrock
"E'l naufragare è dolce in questo mare". É próprio de quem veleja perder-se. É necessário para quem navega que haja, sempre, um porto a encontrar em meio à imensidão oceânica. É próprio de quem se encanta estar imanentemente atado ao objeto do seu encanto, subitamente desentranhado do seu próprio mundo para encontrar a beleza que emerge de outros incontáveis universos. Estrelas solitárias, náufragos espaciais, vidas que explodem em supernovas, somos tantas definições em um único termo. Às vezes, também, somos roteiros iniciados à espera de um grand finale. Para tudo que é incompleto, em algum lugar, há a esperança de plenitude. No ímpeto delicado da sua presença, tão intrinsecamente feminina e inefavelmente humana, repousa a nota definitiva que precede o ápice da canção. Nas cores sutis da sua imagem, na música que toca bem no fundo do silêncio que resta entre os nossos lábios, está o próprio sentido do aconchego, da conexão e do encontro. Que os nossos elementos, em fusão, inaugurem novos universos.