O lugar é apertado, abafado, com espelhos, bancadas lotadas de maquiagem e araras com diversas roupas eróticas.
O movimento não estava como os de sábado.
Havia apenas Tina e Lucy se preparando para próximo número.
Tinha colocava o batom roxo com os seios desnudos, enquanto Lucy segurava o cigarro com a boca e suas mãos trabalhavam para colocar um espartilho azul.
Ei, garota. - Lucy falou com dificuldade, rolando o cigarro em sua boca cheia.
Olá. - Disse baixinho com um sorriso nos lábios, enquanto abria a gaveta e pegava uma pequena bolsinha de veludo, onde guardava o dinheiro que conseguia na noite.
Como está o movimento? - Lucy continuou colocando segurando o cigarro entre o indicador e do meio.
Tomou uma grande tragada e suas bochechas murcharam para dentro.
Ah, quintas. - Dei de ombros.
Sua moça estava aí? - Desta vez foi Tina que falou me encarando através do espelho.
O que?
Qual é, a moça com terno caro que vem sempre te ver. Já deve ser a quarta vez que ela vem, não é? - Tina disse levantando ambas das sobrancelhas, antes de esfregar os lábios um contra o outro para fixar melhor o batom.
Eu não... - Tentei argumentar alguma coisa, mas fui interrompida quando Marcelo apareceu.
Marcelo era o dono da boate.
Ele era um bom chefe, mas um gastador de marca maior.
Ei, Scarlett. - Ele me chamou e eu virei me abraçando.
Era estranho, eu era uma dançarina que dançava apenas com um lingerie, mas quando pessoas me viam assim fora do palco, eu me sentia constrangida.
Talvez fosse o fato em que geral não me sentia bem em volta de homens, não me entenda mau. Eu gostava deles, mas não em minha cama.
Eu gostava das mulheres, nesse momento em uma em particular.
- Alguém quer uma dança privada. - Marcelo avisou encostando o ombro e o braço no batente da porta.
- Marcelo, você sabe que eu não faço isso. - Argumentei um pouco irritada.
- Bem acho que talvez pra ela você irá abrir uma exceção.
- Ela? - Minha voz saiu levemente tremida.
Ela, era ela mesmo?
- A mulher que vem aqui as quintas, ela pareceu irredutível.
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