“Você já viveu ou conhece alguém que já tenha vivido uma ou mais experiências de voyeurismo?”. Esta foi a pergunta feita pela reportagem de um famoso jornal a pessoas abordadas aleatoriamente – e com algum despudor – na área central de Belo Horizonte. Curiosamente, todos os transeuntes, de idade, gênero e orientação sexual diversos, tinham uma resposta afirmativa para o questionamento. Foi fácil encontrar relatos de quem já recebeu convite para assistir a um casal transando ou mesmo daqueles que relataram que eles próprios é que haviam sido observados. Houve também quem demonstrasse horror ao ato voyeurístico. Porém, até essas pessoas admitiram ter amigos declaradamente adeptos do fetiche. Mas, afinal, por que tanta gente se sente atraída por essa prática, que parece cada vez menos circunscrita a espaços muito específicos? E o que é, exatamente, o voyeurismo? A sexóloga e educadora sexual Cida Lopes explica tratar-se de um ato fetichista que consiste em observar outras pessoas nuas, seja em contextos não sexualizados – como durante o banho ou quando se está se vestindo ou se despindo – ou em contexto libidinoso – como quando se está fazendo sexo ou se masturbando. É comum que o voyeur prefira ser ignorado, assistindo àquela cena, que causa nele excitação, de forma aparentemente sorrateira. Portanto, há casos em que esse observador realiza suas fantasias de maneira não consensual, isto é, sem que o outro saiba que está sendo espionado. Nesse caso, o sujeito pode se colocar em situações de risco e pode ser acionado judicialmente a responder por seus atos. Contudo, dependendo da forma como tudo acontece, a prática pode ser saudável para todas as partes. Aqui, no Câmera Privê, temos o cenário perfeito e a oportunidade ideal para que o fetiche seja realizado de maneira consensual e saudável. Fonte: Jornal O Tempo
