Gianina Desconectada
Último acesso: 6 de Maio de 2024

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Gianina

Gianina

Desconectada

eu posso morrer nos teus braços

eu posso morrer nos teus braços
meu corpo feito um anzol sustentado pelas tuas mãos
desenhadas, labirínticas, cheias de traços,
uma firme, aterrada
as unhas fincadas nas minhas costas, enquanto a outra
repousa delicadamente entre os seios
e desce,
desce desapressada
teus dedos são como as teclas mais agudas de um piano: tímidas de cantar baixinho um corpo complexo, imenso, pesado

eu quero morrer nos teus braços
quando as teclas graciosas tocam o meu pêssego molhado
preenchido pelo teu membro vívido
vermelho-rosado
minha cabeça toca o chão de desespero: o pescoço entregue à navalha

tua língua captura minha língua
me faz refém durante horas horas horas
respira o ar dos meus pulmões
devolve à minha boca o vendaval de mim que te infiltrou
geme, me vira,
toda arrepiada

te olho, olho no olho

você sabe tudo de mim
eu sei de você
e como um filme antigo predileto,
nunca perde a graça

apoio o queixo no teu ombro que mordo de prazer,
meus cabelos infinitos cobrem as tuas costas vastas,
na cadência de pelve contra pelve,
vai-e-vem,
vem-e-vai

sua alma me ama até onde me odeia
e isso me faz chorar muito muito
grito e escorro
por todos os lados
sobre um longo instante

você me segura inteira deitada
igual ingênua posta pra ninar
passa a mão pelo meu rosto com ternura
no teu firmamento eu sou pequnena eu sou mulher eu sou espírito

carinho as costas da tua mão com a maçã da face,
lambo dedo por dedo te sorrindo
o amor é perverso,
é segredo
é onírico

cochicha no meu ouvido o que eu quero ouvir
te ataco de gana:
me mata!
de tanto me amar, me mata!

eu posso morrer nos teus braços,
absolutamente,
desde o meu meio
até o meu fim

21/08/2023
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