Duda F

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Último acesso: 23 de Fevereiro de 2024
Duda F Desconectada Último acesso: 23 de Fevereiro de 2024

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CONTO ERÓTICO - A PINTORA: Eu havia acabado de me mudar para o interior de São Paulo em razão do trabalho do meu marido. Vida pacata, poucos afazeres e muito tempo livre. Ao me mudar, tive que me afastar do meu emprego na capital, o que não fora nada difícil para mim. Odiava aquela vida de secretária executiva, de ter que usar salto alto e maquiagem todos os dias. Agora eu tinha tempo para mim, para desfrutar do meu marido e das boas coisas da vida. Minha turma devia ter umas oito pessoas, no máximo. Dentre elas, Joana. Joana era uma colega de turma que já era pintora profissional, mas estava refazendo alguns módulos básicos para aprimorar seu traço no desenho de rostos. Notei-a desde o primeiro dia. Não havia como não notá-la: alta, magra, cabelos longos, loiros platinados, seios enormes, tatuagem de dragão nas costas e símbolo do infinito no pulso, dentes brancos como leite e olhos verdes como duas esmeraldas. Joana era deslumbrante! Além de toda essa beleza, logo notei sua forte veia artística. Joana tinha algo diferente no olhar... Ela não apenas observava as coisas ao seu redor: apreendia-lhes a alma. Sim, Joana não era exatamente angelical... Seu jeito, seu olhar e suas tatuagens contrastavam com seus traços finos e meigos. Desde que a vi pela primeira vez, não entendi o que senti. Era um misto de admiração, veneração... Ou quem sabe, atração... Fato é: eu nunca havia sentido isso por uma mulher! Assustava-me, porém, a forma como eu pensava em Joana. Quando eu a via entrando na sala, baixava os olhos para minha tela e fingia pintar qualquer coisa só para não ter que encará-la. Temia que ela percebesse esse incontrolável desejo que eu sentia. Com sua voz doce, e ao mesmo tempo, tenaz, convidou-nos para uma exposição de suas obras que ocorreria no dia seguinte em uma galeria da cidade. Após a exposição, todos estaríamos convidados para um coquetel. Pensei em não ir, de modo que eu pudesse resistir à tentação. Mas meu coração falou mais alto, e, no dia seguinte, lá estava eu, perfumada, escovada, de unhas feitas, jogando meus cachos marrons para o lado, paradoxalmente desejando que Joana me notasse. No transcurso do carro até a galeria, idealizei que eu enfrentaria uma fila enorme para cumprimentá-la, e, quando chegasse minha vez, ela diria "Mirela, que bom que você veio!"; eu lhe daria um abraço e diria em seu ouvido "Você está muito sexy"; e ela abriria um sorriso enorme e responderia "Espere até mais tarde para ver o que farei com você"...Mas, como sempre, o mundo real é muito diferente do mundo dos sonhos. Quando cheguei, Joana estava abraçada com um homem, que possivelmente era seu namorado/marido, e estava rodeada de pessoas que eu não conhecia. Esperei para que pudesse ter a oportunidade de aproximar-me e cumprimentá-la, e, para isso, fiquei a observando ao longe. Ela estava impecável com um vestido longo branco de renda decotado nos seios e nas costas. Porém, seu semblante não parecia feliz. Para minha surpresa, mais tarde encontrei Joana agachada, chorando, e seu companheiro andava depressa no sentido contrário, com passos rápidos, quase correndo; o cenário parecia de uma pós-briga. Imediatamente, corri ao encontro de Joana, agachei-me ao lado dela e tentei consolá-la: - Meu Deus! Joana, o que aconteceu? - Ele - apontou na direção do homem, que, nessa altura, já havia sumido de nossas vistas. - Ele me bateu... Disse que sou uma artistazinha medíocre e puta... - Que absurdo! - disse, abraçando-a. - Não chore, Joana! Vamos à delegacia. Isso não pode ficar assim! O que ele é seu? - Nós temos um caso... Ele é casado com uma mulher em outra cidade, e, quando vem aqui, nós ficamos juntos. Eu gosto dele, mas... Mas... Ele é muito possessivo... Ele não entende minha vida artística... - dizia Joana, com a voz entrecortada por soluços. Acompanhei-a de volta à galeria e fomos juntas ao toalete. Lá, ajudei-a a se recompor, a lavar o rosto, ofereci meu batom, o qual ela passou e, como em um passe de mágica, voltou a ficar linda como sempre. Foi uma sensação estranha tê-la ali, tão frágil, sob meus cuidados... Se ela soubesse o que se passava em minha mente... Ai, ai... Chegando em sua casa, Joana acendeu as luzes e foi até a cozinha pegar o champanhe e as taças. Parecia estar feliz e radiante, muito diferente daquela moça jogada no asfalto por um patife ordinário. Após bebermos três garrafas de champanhe, começamos a dançar. E fomos nos aproximando... Aproximando... Aproximando... Havia uma tensão sexual entre nós... Até que eu a lacei pela cintura e começamos a dançar como se fôssemos um casal; diante da cena, Joana caiu na gargalhada, e seu corpo, mole pela bebida, pendeu para junto do meu peito e se aninhou em meu ombro. Como ela era um pouco mais alta que eu, percebi que a posição estava um pouco desconfortável; daí, levei-a para a cama e deitamos lado a lado, em cima das almofadas com nossas taças de champanhe.

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09/02/2021
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