Meu coração é um bordel gótico em cujos quartos prostituem-se ninfetas decaídas, cafetões sensuais, deusas lésbicas, anões tarados, michês baratos, centauros gays e virgens loucas de todos os sexos. Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno, coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo. (...) Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado a qual um único bêbado bebe, um único copo de bourbon, contemplado por um único garçom. Meu coração é um sorvete colorido de todas as cores, é saboroso de todos os sabores. Quem dele provar será feliz para sempre. Meu coração é uma sala inglesa com paredes cobertas por papel de florzinhas miúdas. Lareiras acesas, poltronas fundas, macias, quadros com gramados verdes e casas pacíficas cobertas de heras. Sobre a renda branca da toalha de mesa, o chá repousa em porcelana da China. No livro aberto ao lado, alguém sublinhou um verso de Sylvia Plath: "Im too pure for you or anyone." - Caio Fernando Abreu
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tarado369 Maravilhosa.