Só queria lembrar — a mim mesma, talvez — que ainda estou aqui. Ainda existo, apesar de tudo. Existe vida mesmo quando tudo em nós grita ao contrário, ainda resiste. Talvez resistir, nesses dias, seja apenas continuar respirando. Existe algo apesar da dor: não exatamente alívio, mas a prova de que ela não engole tudo, apesar de. Às vezes, existir é só isso — seguir. A mente mente, confunde, repete que não vai dar. Mas há uma parte pequena, quase esquecida, que ainda sussurra: continua. A existência é frágil, sim — mas estranhamente teimosa. A vida não para de pesar, mas também não para de mudar. Os momentos bons passam. Os ruins também. Uma dança silenciosa entre o abismo e a luz. Impermanente. A vida segue, sempre segue. O sopro de ser. Escrevo para suportar. E entre o caos interno e o silêncio que ninguém vê, eu sigo. Ainda aqui. Ainda sendo.

sandrocuritiba Sempre linda e sensível