harolrock
"E ponho-me a cismar: mulher, como te expandes, que imensa é tu! Maior que o mar, maior que a infância. De coordenadas tais e horizontes tão grandes que assim, imersa em amor, és uma Atlântida". Não há como tentar descrever uma manifestação feminina tão poderosa, um fascínio tão sincero e profundo, sem recorrer a esses versos imortais de Vinícius, ele próprio um inveterado amante, que dedicou a verve da sua poesia a tantas e arrebatadoras paixões. A Ana é uma dessas mulheres capazes de inspirar um homem a grandes feitos, uma musa cujos traços deflagram a arte, uma mortal capaz de incutir paixões no coração eterno dos deuses e uma beleza tão pura quanto a essência primeira de tudo que existe. No seu ballet de encantos singulares, a harmonia das formas se completa, nos seus acordes precisos da sua música, os sentimentos fluidos protagonizam um pas de deux. Envolvente por essência, apaixonante como a sua própria natureza. De fato, como diria o poeta: E'l naufragare è dolce in questo mare.