SANTA HERESIA
Maria das Graças é o nome dela, a terceira de cinco irmãs, todas com nome de santa. Nascida de uma família moldada nos termos e dogmas católicos, a mãe Tereza, carola ao extremo, prometeu a filha à igreja assim que a menina nasceu. Bom, e se era para a menina “Ser de Deus”, Ele resolveu dar aquela caprichada. Dona de olhos grandes e azuis, lábios volumosos, rosados e perfeitamente desenhados, cabelos dourados com cachos largos que lhe roçavam a cintura fina. Aos 19 anos, o corpo devia ter sido esculpido nos moldes de Afrodite. Como poderia aquele conjunto de coxas, barriga, seios e bunda serem tão perfeitos? As curvas eram delicadas onde deveriam ser e generosas onde queriam aparecer. A carne era macia ao toque, mas dura, rija, quando apertada, estapeada. Gracinha era um convite à tentação, um brinde à luxuria e uma entrega sem volta ao pecado mortal. Imoral.
Ela foi obrigada pela mãe a freqüentar a igreja desde pequenina. Atualmente trabalhava como secretária na sacristia durante a semana e nos finais de semana era ministra das missas, chegava a participar de seis, oito missas em um único final de semana. “Que Sacrilégio!” . E mesmo com toda a família virtuosa e controladora, Gracinha gostava mesmo era de DAR, de seguir o mandamento: “Amar o Próximo”, o próximo, o próximo e o próximo... Adorava as quermesses da Igreja, quando podia fazer muito mais do que ‘trabalhos voluntários’ para o rapazes daquela cidadezinha do interior de Minas.
Eis que chegou na paróquia o padre Giusepe, de origem italiana, sotaque carregado, recém ordenado. Tinha por volta dos 30 anos, moreno, esguio, mãos grandes, cabelos encaracolados e negros como a barba que lhe moldava o rosto e circundava a boca farta. Ahhh padre Giusepe! Assim que bateu os olhos naquele “Enviado do Senhor” ela teve absoluta certeza de que “Deus Existe.” Gracinha fixou mais que uma ideia na cabeça, traçou uma meta, um objetivo, fez uma promessa: precisava descobrir o que tinha embaixo daquela batina. “E jurou sobre a Bíblia”
que faria o padre Giusepe saber que Adão e Eva é que estavam certos ao comerem muito além de uma maçã. Mas sim, um ao outro.
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whiteheat Quando cri*ança havia uma revista para os punheteiros de plantão a qual se chamava "catecismo".. Estes teus textos estão parecendo a versão literária da mesmo. Kkk