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Falam muito sobre “energia feminina” como se fosse um roteiro pronto. Dizem que é suave, receptiva, nutridora. Que se opõe à “energia masculina”, que seria ativa, racional, penetrante. Esse discurso é antigo, mas, se repete como se fosse verdade absoluta. O problema? Ele reduz forças da existência a um binarismo simplista e cola nelas um verniz de gênero. Como se existir fosse um jogo de papéis fixos, como se a energia de um corpo dependesse do que tem entre as pernas. A verdade é que essa tal “energia feminina” não tem nada a ver com ser mulher. Nunca teve. Os arquétipos que carregam esse nome falam de ciclos, mistérios, criação e destruição. Falam de um fluxo que escapa do controle, de forças que não seguem a lógica reta e previsível. Mas, o patriarcado, tratou de encaixotar tudo isso na figura da “mulher ideal”. Domesticou o selvagem, limpou o caos, vendeu como delicadeza. E é aqui que entra o profano feminino. Porque existe um feminino que não cabe na moldura do sagrado imposto. O feminino que sangra sem pedir permissão, que goza sem culpa, que envelhece sem medo, que destrói sem pedir desculpas. O feminino que não aceita ser definido pelo olhar do outro. Esse é o feminino que assusta, que foi queimado, silenciado, criminalizado. E esse feminino não é exclusividade de quem nasceu mulher. É uma força que existe em quem ousa sentir, em quem não teme mergulhar no que é instintivo, sombrio e indomável. No fim das contas, o feminino, tanto o mitológico quanto o socialmente construído, sempre foi um campo de disputa. E cabe a nós decidir: vamos repetir o velho roteiro ou vamos reivindicar o que nos foi roubado? Porque energia não tem gênero. Mas, tem história, tem poder, tem rachaduras que precisam ser expostas. E talvez, ao tocar esse feminino que nunca coube nas regras, a gente descubra que ele sempre foi feitiço esperando pra ser liberado.

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há5d
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LEPSDOM
LEPSDOM vc é diferenciada. O futuro nos aguarda. bjs
há4d