harolrock
06/08/2024A petite mort às vésperas de um sonho ou um singelo pas de deux sobre as sinuosas - e surpreendentes - curvas da vida? Não há como definir poeticamente um apego romântico quase instantâneo, um sentimento quase instintivo de, simultaneamente, possuir e pertencer. Tampouco haveria como expressar em um só verso a indizível plenitude de tudo que é belo. Nas suas curvas, derramei juras e promessas silenciosas; na rigidez do instinto, alcancei o ápice; no encontro das nossas essências, atei-me ao brilho infinito das estrelas. Agora, tenho no corpo as marcas de uma vontade insaciável, e nos olhos, a sempiterna visão dos puros contornos femininos do fascínio. Profiro seu nome como quem declama uma ode ao encantamento, encontro-a, incandescente, ao fechar os olhos. Sinto o beijo delicado em paradoxo às delirantes urgências do corpo. Abandono-me, sem remissão, ao acaso dócil dos seus braços. Como Ulisses, cumpro, enfim, o meu destino no seio desejado de Penélope.
Meu Ulisses, assim me sinto mesmo como Penélope, tecendo e destecendo os fios de uma noite bem bonita. A petite mort que nos arrebatou, e depois os sonhos, foram não apenas um pas de deux, mas um pas de deux único. Obrigada por expressar tão bem. Avec tout mon amour ;) 07/08/2024