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Olá, queridos. Acabei de chegar de viagem e estou com saudade do meu universo paralelo no câmera. Saudade de algumas pessoas específicas, saudade de falar sobre mim, mas, principalmente, de escutar alguém do outro lado cheio de histórias. Saudade de conversar sobre alegrias, dificuldades e até compartilhar uma taça de vinho.

Vocês sabem que a minha rotina é puxada e quase não tenho tempo, então quem ler esse recado e ficar com vontade de um chat especial, dona Nancy pretende ficar online final da tarde, dependendo das mensagens que eu receber. Será que nesse delicioso dia de outono encontrarei pessoas queridas e sair da monotonia pós-viagem?

Me chamem por DM❤️

Quanto de si perde-se no caminho?

Hoje eu precisava encontrar uma arte de anos atrás para o repost da influencer que é minha cliente.
Naquela vastidão de arquivos desorganizados (péssimo hábito, eu sei) encontrei o escopo de uma reportagem que escrevi em 2019 sobre o incêndio ocorrido na comunidade dos povos Huni Kuin, no coração da Amazônia.

Não gosto de reler meus textos, sempre quero voltar no tempo para reescrever, mas a nostalgia hoje falou mais alto. Passou um filme na minha cabeça e lembrei-me do dia em que recebi as imagens daquele local ‘’gigante pela própria natureza’’, agora devastado. Jornalista às vezes precisa ter um q de frieza, então segurei as lágrimas, apurei as informações e fiz o que estava ao meu alcance diante daquela situação para denunciar o incêndio criminoso. Também concedi as informações e imagens para inúmeros veículos a fim de disseminar a mensagem ao maior número de pessoas possível.

O sangue ferve só de lembrar o dito cujo na conferência do clima em Dubai dizendo que a Amazônia não pega fogo por conta da umidade, mas não entrarei neste mérito.

Crianças, animais, idosos, todos saíram prejudicados. Eu tive a oportunidade de conhecer o local pessoalmente e garanto que as pessoas repensariam os seus valores se abrissem o coração para viver a experiência de estar no Acre junto com aquelas pessoas tão simples, humildes e amorosas.

Depois da leitura voltei à realidade para encontrar a peça da cliente e pensei o quanto de mim eu perdi de lá para cá, tipo ‘’aquele garoto que ia mudar o mundo e agora frequenta as festas do Grand Monde’’. Risos.

Nunca mais realizei trabalhos voluntários, tampouco vesti a camisa para ajudar algum centro cultural como costumava fazer em São Paulo. Niente!

Perdi muito de mim, fui consumida pelo marketing digital e as demandas frenéticas que nem sempre correspondem às expectativas, pois sempre tenho a sensação de que fiz pouco mesmo quando trabalho 10 horas ininterruptas. Se eu tiro uma hora para fazer um chat aqui ou descansar durante a semana, fico com peso na consciência.

O burnout veio com tudo para quem outrora romantizou o home Office.

Agora percebo que, apesar de ter perdido muito de mim por não ser mais aquela jornalista recém formada com gana de justiça social, ainda tenho muito para melhorar, desenvolver e, principalmente, não perder de mim.

Das únicas certezas que tenho na vida: que um dia vou morrer e que antes disso, quero tentar deixar o mundo um pouquinho melhor do que encontrei.

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