Já fui o segredo mais sujo que ele guardava na memória...
Já fui a personificação de alívio no fim de um dia podre.
Já fui a que manda calar, e a que escuta quando ninguém mais aguenta ouvir.
Já fui o pornô do imaginário dele, com direito a algemas, cinta e anéis de castidade.
Já fui o santuário onde ele descarregava a culpa católica.
Já fui a voz que ele ouvia com os olhos fechados, antes de dormir... e que ele teve vergonha de admitir no dia seguinte.
Já fui a que observa em silêncio, mas que o corpo expressava linhas completas de raciocínio em movimentos delicados.
Já fui chamada de deusa, rainha, feitiço. Já fui o descontrole, o desconforto delicioso, o gatilho e a confusão.
Já fui dona de um homem que queria experimentar a castidade sob os meus desejos. A que excita e a frusta na mesma sentença.
Já fui a Loba de um homem de 19, a namoradinha que alivia o peso de viver. A fetichista, puta, cachorra, já fui amante, esposa infiel...

Eu sou o espelho dos teus instintos.
Então, o que você vê refletido em mim te faz querer fugir ou rastejar pra mais perto?