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A Mulher que o destino escreveu à mão

És mais que palavra,
és sopro raro no caos do concreto.
Fenômeno —
não daqueles que se explicam,
mas dos que se sentem nos ossos,
na pele,
nos vazios que de repente se enchem só por estares.

Nem mil mãos de artistas febris,
em delírio e tinta,
pintariam a tua essência.
Há em ti qualquer coisa de constelação desobediente,
um brilho que não se repete,
uma presença que não se explica.

Carregas no olhar
um mistério antigo, quase proibido,
como se o universo inteiro se inclinasse em silêncio
para te ver passar.
E aquele teu sorriso...
Ah, esse sorriso!
Suspende o tempo.
Apaga as sirenes.
Rasga o tédio do dia com a ponta dos lábios.
Desde que o vi, nunca mais soube estar inteiro —
fico com ele na mente mesmo quando o mundo grita.
E ainda espero, com fé quieta,
conhecê-lo de mais perto.

És de uma inteligência de se admirar,
daquelas que brilham sem precisar erguer a voz.
Pensas com a precisão de quem lê o mundo por dentro,
e com a leveza de quem sabe que saber,
também é sentir.

Tens o dom raro da leveza que acolhe,
e uma doçura que sabe o que quer.
És linda, sim —
mas é só o prelúdio.
Por dentro, há uma luz serena,
uma força que não assusta,
mas consola.
E confesso:
meu coração dança a cada mensagem tua,
como se cada letra tua fosse melodia de um lugar onde a paz mora.

És bálsamo em dias tristes,
e alegria multiplicada em dias felizes.
És o ponto de equilíbrio entre o silêncio que cura
e o riso que acende.

Estar contigo é como aprender uma nova língua —
mas feita de gestos, de silêncios cheios de sentido.
Contigo, até o cinzento vira poema.
Até o ruído vira música.

E sim —
as curvas do teu corpo, do teu sorriso,
são como linhas desenhadas por deuses distraídos.
Foste um achado,
uma dádiva em meio ao turbilhão.
Um presente.
E quem sabe, se a vida for gentil,
possa eu dar-te o mundo.
Porque se alguém merece o tudo,
és tu.
OBG PELO CARINHO, AMEI O POEMA @ranc65