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O masoquismo erógeno, como uma das formas do masoquismo a partir da qual todas as outras se desdobram, seria também um fenômeno que paradoxalmente pode combinar em seu interior experiências de prazer e desprazer, experiências essas fundamentais para a constituição e a continuidade do aparelho psíquico. É sob influencia deste amalgamadoque a destrutividade inerente a uma suposta vivência pura, absoluta e imediata de prazer ou desprazer, pode então ser evitada. Em termos econômicos, o advento do masoquismo faz com que tanto o acúmulo das exitações como sua descarga sejam vividos de maneira relativa, e isso faz com que o circuito psíquico não seja interrompido. É neste contexto que Rosemberg resgata a importancia da temporalidade e do ritmo interno,pois para que a vivência interna de uma excitação seja possível, “um tempo de espera-adiamento é necessário-obrigatório; é preciso sair da pontualidade temporal e substituí-la por uma sucessão temporal possível.”2Este tempo de espera-adiamento, quem sabe a essência do masoquismo erógeno, vê-se aqui compreendido como a capacidade do psiquismo de suportar a dor e o desprazer: seria preciso aprender a suportar a excitação dentro do tempo-limite de espera de cada um, garantindo a experiência de continuidade interna. Ou seja, o núcleo masoquista, neste sentido, o guardião da vida psíquica, estabelece o sentimento de duração e temporalidade interna, operando assim como uma primeira forma de organização do eu. #fetiche
zefiro-55293 Dor e prazer, bem e mal, silêncio e som, claro e escuro são dicotomias inerentemente dialéticas. A espera tem tempo não linear: quando bem chegamos lá, voltamos a esperar. A nossa psiquê imita a vida quântica e relativa do multiverso? Masoquismo síntese?