harolrock
15/08/2024Ao deixar que me perca no infinito que paira entre os nossos corpos, torno-me constelação no céu alcançado apenas pelos sonhos. Entre as nossas bocas, sobejam palavras, apesar das histórias já escritas, desde sempre, no denso silêncio que precede o som. Nossos desejos são assim, belos justamente por serem inconfessáveis. Compartilhamos roteiros, destinos e efervescências. A nossa transa é um segredo tatuado na pele, é a eletricidade da presença e a áurea plenitude do estado da arte. As telas que nos separam não arrefecem o calor inevitável da intenção, tampouco podem conter, no seu brilho, a deflagrada e crua manifestação imperativa do instinto. Somos estrelas que se orbitam em uma galáxia de latências, sugestões e possibilidades. Nosso vício compartilhado é o incessante e irremediável desejo da realidade.